Auto da Compadecida
Encenada pela primeira vez em 1955, um ano depois de escrita, a peça projetou Suassuna como dramaturgo. Ainda nos anos 1960, o crítico teatral Sábato Magaldi considerou este como "o texto mais popular do moderno teatro brasileiro". A peça parte da estrutura de um auto, gênero que alia elementos cômicos e intenção moralizadora, para trabalhar de modo original e cômico elementos da literatura de cordel, da linguagem oral e da tradição religiosa nordestinas. A saga de João Grilo e Chicó chegou ao cinema em 1969, com direção do húngaro George Jonas, e inspirou o filme Os Trapalhões no Auto da Compadecida (1987). Já em 1999, Guel Arraes adaptou a trama para a televisão, em uma minissérie da Rede Globo, que depois foi exibida nos cinemas.
O Auto da Compadecida é Coisa de Cinema
Encenada pela primeira vez em 1955, um ano depois de escrita, a peça projetou Suassuna como dramaturgo. Ainda nos anos 1960, o crítico teatral Sábato Magaldi considerou este como "o texto mais popular do moderno teatro brasileiro". A peça parte da estrutura de um auto, gênero que alia elementos cômicos e intenção moralizadora, para trabalhar de modo original e cômico elementos da literatura de cordel, da linguagem oral e da tradição religiosa nordestinas. A saga de João Grilo e Chicó chegou ao cinema em 1969, com direção do húngaro George Jonas, e inspirou o filme Os Trapalhões no Auto da Compadecida (1987). Já em 1999, Guel Arraes adaptou a trama para a televisão, em uma minissérie da Rede Globo, que depois foi exibida nos cinemas.
A chegada de Suassuna ao cinema, no entanto, é anterior: em 1969, o diretor e roteirista George Jonas assinou A Compadecida, longa estrelado por Regina Duarte e Armando Bógus. Esse filme e também Os Trapalhões no Auto da Compadecida (de Roberto Santos, 1987), que leva Didi e companhia para o universo do maior representante da dramaturgia nordestina de raízes populares, têm como matriz o clássico maior da obra de Suassuna.
No teatro, o grande autor segue sendo montado ininterruptamente desde os anos 1950, contando com encenações de grandes nomes como Zbigniew Ziembinski (O Santo e a Porca), Antunes Filho (A Pedra do Reino), Ademar Guerra (O Auto da Compadecida) e Aderbal Freire-Filho (A Farsa da Boa Preguiça). Entre os espetáculos mais recentes estão O Casamento Suspeitoso, com direção de Sérgio Ferrara, e As Conchambranças de Quaderna, de Inez Viana. Dado o grande interesse dos diretores, das mais variadas gerações, pode-se dizer que a quantidade de montagens a lembrar de Suassuna não arrefecerá.
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O Romance d'A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta
Narrativa publicada em 1971, é inspirada em um episódio ocorrido no sertão nordestino do século 19, onde um grupo tentou fazer ressurgir o rei Dom Sebastião. Trata-se de mais uma história baseada na cultura popular sertaneja, trabalhando a influência do mundo ibérico no nordeste sob o ponto de vista de um prisioneiro subversivo que se declara descendente de monarcas. Carlos Drummond de Andrade definiu o texto como um "romance-memorial-poema-folhetim". O livro foi adaptado para televisão, na minissérie exibida pela Rede Globo em 2007.
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Uma Mulher Vestida de Sol
Escrita para um concurso promovido pelo Teatro do Estudante de Pernambuco, em 1947, a peça marca a estreia de Suassuna _ além de ter conquistado o primeiro lugar no prêmio. Segundo o próprio escritor, essa foi sua primeira tentativa de recriar o romanceiro popular nordestino. O amor proibido entre dois jovens sertanejos envolve elementos trágicos, como honra familiar e incesto, mas também faz uso do humor, apontando o teor cômico que seguiria presente em outros trabalhos do autor.
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O Santo e a Porca
Recriação da peça Aulularia, comédia clássica do autor latino Plauto que também serviu de inspiração para O Avarento, de Molière, no século 17. Ambientada no Nordeste, trata da história de Euricão Árabe, um idoso avarento que guarda todas suas economias em uma porca de madeira, sempre desconfiado de que esta pode ser roubada. A peça foi adaptada para a televisão na série Brava Gente, exibia pela Rede Globo em 2000.
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A Pena e a Lei
Em mais uma mistura de tragédia e comédia, a peça escrita em 1959 busca inspiração nos mamulengos, tradicional teatro de bonecos nordestino. A encenação começa com os atores imitando bonecos, um deles elaborando um plano para conquistar a mulher pela qual está apaixonado e despistar dois inimigos que querem matá-lo. Suassuna subverte a lógica do mamulengo e a usa em sua narrativa: os bonecos vão ficando cada vez mais humanos, e os próprios apresentadores da peça começam a fazer parte da trama.
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A Farsa da Boa Preguiça
Trabalho escrito em 1960, apresenta a história do pobre poeta popular Joaquim Simão e sua mulher, Nevinha, cobiçada pelo rico Aderaldo. É um trabalho que cruza enredos de histórias de mamulengo e contos populares, além de elementos de poesia barroca e literatura de cordel, sendo considerado um exemplar trabalho de intertextualidade. A peça se tornou um especial veiculado pela Rede Globo, em 1995, com direção de Luiz Fernando Carvalho.
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